quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Identificar

Mudar o mundo. É dificil encontrar pessoas que tenham esta vontade. É no mínimo frusterante ver algo como o filme "Jobs" e saber que alguém já o fez e que muitos sonham sobre. Não pretendo mudar o mundo mas pretendo ter o mundo que preciso e que me faça feliz. Sonho com viagens e faria disso um estilo de vida. Isso é mudar o mundo. Falta agora acordar e ter a vontade de o fazer. Não deixar que outras mil coisas se ponham no caminho. Começar por aqui. Não sonho assim tão alto como muitos imagino. Muito menos maluco sou. Apenas desejo algo que não é comum em jovens da minha idade. Apenas desejo a minha independência, a experimentação de novas coisas, terras e gentes. Algo a que a sociedade nos formata a não fazer. Tive uma experiência maravilhosa em Inglaterra nos últimos tempos. Tive de a abandonar por não estar bem e por saber que sem estar 100% focado nunca iria dar o melhor de mim. Sei bem que os que me rodeiam ficam expectantes com o que se vai passar mas percebi com tudo aquilo que vivenciei por terras de sua majestade que a minha felicidade não está naquilo que provo aos outros. Está somente naquilo que me proponho a mim e que depois faço os outros serem parte integrante disso. Não sou um génio como alguns dos meus amigos em conversas mais brincalhonas me chamam. Muito menos um louco. Sou eu. E gosto de o ser.
Sim penso diferente e acredito que nem todos temos de passar oito horas em frente a um computador, sentado numa sala fechada, cheia de pessoas com as quais não nos identificamos para conquistar o mundo. Essas oito horas são uma mentira. Todo esse tempo é conhecimento mas não é esse o conhecimento que quero agora. Sonho todos os dias, há muitos com coisas menos interessantes. Tenho-me esquecido de mim e dos que me rodeiam. Mas tudo volta e tudo vai e está na altura de acabarem as lamentações e ter uma iniciativa como a que tive hoje. Voltar a escrever neste blog. Eu era feliz aqui. Eu sou feliz aqui. Quando escrevo, quando me exprimo e descubro coisas que nem eu sei que penso. Posso por vezes não dizer nada e escrever muito mas de que é que isso importa? Não sou bom em muita coisa mas no que sou levo-o ao extremo. Sem medo e com toda a dedicação começo hoje uma nova etapa. O parar de falar e agir.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Ir vindo


Desde miúdo que sempre ouvi dizer que para se perder uma coisa temos primeiro que a ter. Se não estiver no nosso espólio não vale sequer a pena arriscarmo-nos a pensar que não poderá vir a ser nosso. Não tratemos aqui bens materiais mas sim, valores, ambições, objectivos e sentimentos. Olhando duas vezes sobre a possibilidade do Se; concluo o seguinte: acreditas e sabes que pode até não resultar, tens mil amigos que te dizem "avança", que terás sucesso, mas estás tão distante de ti mesmo que a possibilidade de tornar um passo num risco se torna remota. Sabes exactamente o que pensar, tens provavelmente as provas necessárias que te permitem arriscar. Tens também um problema, uma confusão, talvez uma incerteza. Se falamos de objectivos a coisa não fica assim tão complicada. Se avançarmos e discutirmos riscos interpessoais talvez a tua mente se feche numa bolha e continues com o mesmo receio. Colocando sem complicar factos, tens dois caminhos possíveis que pelo menos o meu ser consegue observar.. Se queres e acreditas mesmo, arrisca. Se tens dúvidas e esperas por algo à demasiado tempo, provavelmente não a queres o suficiente para a teres, apenas a vez como algo que gostavas mas que não é essencial.
Na maioria dos casos que conheço, alguns deles "experienciados" por mim e outros por pessoas próximas considero que se por um lado o tempo esperado até ao objectivo pode aumentar o desejo pelo resultad final, por outro lado, todo o tempo que é tomado pelo tempo soma vivências e faz com que a tua mente não bloqueie, permanecendo em constante mutação. Um bloqueio, uma incerteza são o suficiente para te deixar estagnado por um bom tempo.
Resumindo tudo, tens duas equipas, uma soma pontos todos os jogos e a outra mesmo apesar de ter jogadores brilhantes, dúvida das suas capacidades e permanece no último lugar da tabela qualificativa. Jogar na primeira é "topo", o sítio onde todos querem chegar mas que só uma minoria consegue. Estará esta minoria satisfeita? Completamente realizada? Não sei, nunca estive, talvez ache que tenha estado perto por instantes. Estar na última, já estive, e agora tento adoptar a atitude de treinador. O "pica" em análise de dois polos. Talvez devesse perder menos tempo e ganhar ainda mais vivências. É raro quando alguém me consegue deixar mesmo feliz com algo. É estranho quando durante um longo periodo de tempo abraças e cumpres objectivos como se o sentimento tivesse ganho outro lugar. É frustrante tudo isso. Quando sabes que te admiram mas que te falta apenas um sapato para que a tua admiração por ti mesmo duplique e faça com que os teus sonhos, a tua motivação e ideias quadripliquem.  É muito complicado tentar definir uma cabeça e escrever tudo o que ela pensa, é ainda mais complicado não saber acabar um texto de uma forma interessante. Já soube, hoje jogo na equipa mais fraca da liga. Mas é só hoje. Prometo.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Para uma longa viagem, uma noite sem dormir


Era terça-feira à noite, depois de uma curta passagem pela praça para um café, Joel deitou-se cedo. Foi subitamente acordado por alarmantes risos que por momentos o irritaram e o levaram a um cigarro na pensativa varanda. Os incómodos barulhos desvaneceram e o descanso voltou a estar em frente a Joel.  Apesar de cansado, este não o aproveitou. Deitando-se na cama, ajeitou a almofada como que se fosse dormir mas pensamentos repentinos tomaram conta do que a fadiga corporal pedia. Contrariou o sono, colocou de lado a remota possibilidade de assistir às conferências que se iriam realizar na manhã seguinte e deixou-se levar pelo sonho que o motiva para realizar a sua rotina. A viagem, a tal viagem que o faz questionar-se diariamente. Um ano, seis meses, com ou sem destino, acompanhado por muitos, acompanhados por poucos; tudo isso é elementar. Por agora, o maior desafio é o como a conseguir realizar.
   Divagando sobre esquemáticas que envolveram desde malas que desciam de autocarros da rede expresso até blocos de rifas sujos e intervenções perante turistas excêntricos, Joel tentava chegar a conclusões. Quatro horas, mil planos. Nenhum deles foi válido nem suficientemente inteligente para que alguém se interessasse por um sonho de um miúdo. Joel começava a acreditar que a desistência e o encostar da cabeça na superfície que o leva ao sono seriam a melhor ideia que ele poderia ter naquela noite.
Subitamente algo inesperado, estúpido, sem nexo e extravagante lhe passou pela cabeça. Habituado à frustrante utilização de tecnologia, redes sociais e troca de conteúdos por uma rede que nem sequer se percebe como funciona de facto, o rapaz conseguiu surpreender-se não só pela a ideia que estava a ter, mas também pelo notável afastamento de todo aquele ambiente computacional sufocante que o rodeia. 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Apresentação em Bangkok




Partindo do planeado tempo e tendo em conta que tens 20 minutos dos quais 9 se focam numa apresentação digital, 7 servem de espaço para questões e os restantes 4 são deixados a teu critério, conta-me o que fazes.

Não revelando o seu nervosismo interior, Ricardo apenas responde que o tempo não lhe pertence nem o define, portanto não levou qualquer tipo de objecto digital ou material para expor. Justifica-se sublinhando não ter paciência para opiniões terceiras que apenas se reflectem em notas obtidas através de ridículas comparações interpessoais.
Sem deixar nada por dizer e sentido-se orgulhoso, Ricardo afirma que o facto de não ter entregue a apresentação só o deixa motivado. No fundo sente que ninguém, nem mesmo os banais júris, necessitam saber nada sobre si nem sobre o modo como trabalha.
Arquivadas em pequenos diários gráficos, estão ideias, teorias e razões explicativas do modo como actua. Somente tendo acesso à ultima página de um dos seus cadernos, percebi que Ricardo planeia algo grande.
Sem universidade feita, sem regras definidas ou rotina repetitiva, redigiu apenas: Bangkok + 1 mês + Mereço. Não o conhecendo não consigo perceber o porquê de o fazer nem mesmo a razão pela qual o acha merecer.
Questionando-o sobre, responde friamente: Porque não fazê-lo? Acredita que vou, estou só a juntar algum dinheiro e em breve terei a passagem em mão.
Uma mensagem persuasiva, uma ideia brilhante para fazer o dinheiro necessário num curto espaço de tempo e uma mochila, são o suficiente para passar um mês entre a misteriosidade Tailandesa, o calor do Cambodia e o desconhecido Vietname. O facto de não ter nada certo é o motivo que me vai fazer mexer e lutar por este sonho e ambição nos próximos meses. Estar lá é a certeza, quando a incerteza, como o desafio.

Desenjando o melhor para Ricardo me despeço. O Jonathan precisa de ajuda na cozinha. O alemão é insaciável, nunca satisfeito nem mesmo depois da brilhante apresentação de 20 minutos que teve. Se há quem em 20 minutos revolucione também à quem em 20 minutos se perca em sonhos. Os 4 restantes são apenas para dizer que hoje também apresentei algo. Foi bem diferente da apresentação do Ricardo ou do Jonathan. Desta e provavelmente pela última vez, fi-la como deve ser feita.
Agora mudei de página. Boa sorte Ricardo, Parabéns Jonathan.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Antes de Dormir


















Antes de dormir embarco sempre em grandes viagens, hoje, e por ser um dia como outro qualquer, apetece-me antes de viajar escrever algo que vá-lha a pena.
Segundo o livro do nada, que é o que tenho lido nos últimos tempos, e segundo o que é dito na página dezanove deste: "Nem todos temos de nos reger seguindo rótulos que a sociedade nos impõe".
Enquanto como a minha Sandwiche e rabisco neste caderno, atento a veracidade da frase citada no livro acima referido e a importância que esta pode ter naquilo que somos perante o quotidiano.
Claro que não sou especialista a fugir ao sistema, nem é isso que quero ser. Procuro um recanto motivador e que ilustre um modo de vida apetecível.
Como tudo, a sociedade fálha, podemos encontrar "buracos" na maioria das coisas que observamos, embora estas estejam feitas de modo a que não nos apercebamos. Não são fáceis, nem perceptivelmente decifráveis, mas da junção do indecifrável e do poder de uma mente motivada e criativa acredito que haja espaço para reconstruir "buracos" ou dá-los a conhecer numa perspectiva não comum.
Exemplificando com uma ideia breve sugiro: O povo Português tem problemas com a sua língua mãe. De que modo pode isto ser resolvido? Criando plataformas que permitam o conhecimento em grande escala e com um público alvo muito abrangente do que é a nossa língua mãe e como esta se formula e se propaga. Porque que motivo não são comuns os jovens que lêem livros com frequência ou consultam websites de literatura? Talvez isto aconteça porque o nível de escrita utilizada não esteja ao alcance de qualquer um ou talvez porque a sociedade está a evoluir e o modo como este tipo de comunicação chega ao público alvo não seja o melhor.
Criar soluções para pequenos grandes problemas podem, perante a crise sentida, ser uma mais valia a nível cultural, tanto pelo lado individual bem como perante o modo como o povo é regido pela sociedade.
Não seria possível que uma imensa população se torna-se nesse tipo de pessoa. O que pretendo transmitir é o facto de acreditar que o talento tem de ser aproveitado da maneira correcta.
Escapar deste modo pode ser a solução, tudo depende de quais os objectivos pessoais. Se considero não ser o mais talentoso ou não estar entre os cem melhores, porquê continuar a esforçar-me para ser como eles?Se continuar focado só nessa ideia, a de que tenho de ser melhor que alguém, não irei nunca sê-lo.
Sugiro a expansão de horizontes e o pensamento segundo sobre o que primeiramente foi pensado. Sugiro ainda a procura insaciável do que individualmente pode ser chamado de felicidade/ vivência. Se achares que nunca és feliz aproveita os pequenos momentos e desfruta-os como se não os pudesses relembrar.
Cria, inova no meio da inovação, não queiras ser melhor comparativamente a alguém, mas compara-te a ti mesmo e sonha.
Se tens dúvidas, não as tenhas, junta os melhores e fica a saber mais que eles. Motiva um grupo e faz com que ideias surjam em cima da mesa. Ai poderá estar a solução para a fuga à rotina 8h ás 13h e 14h ás 20h.
Já que não vivo porque sonho demasiado, vive tu e desfruta. Acredita porém que um caderno, um bloco de post-it's, uma caneta e uns quantos esquemas te podem dar mais gozo que o sonho que achas irrealizável mas que continuas a desejar.
No papel realizas o que queres, mesmo que não realizes, fechas o caderno e ningúem fica a saber.

Acordar de manhã não será fácil pois já são 4h40m e o despertador toca ás 7h40m.
Abrindo uma excepção, hoje não terei oportunidade de viajar mas acredito que estes rabiscos compensem para a viagem de amanhã e futuras.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Até já Rebeca















Se não saltas tu, salto eu.
Saltei, vou chegar primeiro e descobrir o quão fundo este frasco de maionese é. Não voltei a falar com a Rebeca, não lhe pude contar a grandiosidade do salto e a sensação de liberdade sentida. Desculpa, pensei. Não devia tê-lo feito. Em grande parte das coisas tens razão e nesta nem sequer existe um "se".
As pedras deixaram-me inconsciente e a corrente levou-me para o infinito. Rebeca chora lá em cima, vejo tudo nublado, parece que estou morto. De facto estou, apesar de continuar a ver as sirenes dos bombeiros, os mergulhadores a prepararem-se para me tentar resgatar, não consigo reagir. A inércia apoderou-se de mim.
Primeiramente os meus pensamentos só se direccionavam para aquilo que sentia por Rebeca, nada mais me ocorria, estava mentalmente bloqueado.
Apaguei de vez e a temática mudou. Percebi realmente o que é a morte e é bem diferente do que o que o senso comum afirma ser.
Dou neste momento ênfase ao que defacto fui e áquilo que fiz. As pessoas que me rodeavam, a vontade que tinha de viver e o medo/curiosidade que se apoderava de mim dentro de autocarros filosóficos.

Durante o meu tempo de vida sonhei com tudo aquilo que gostava mesmo de realizar. Concretizei muitos dos sonhos que planeei mas acima de tudo desfrutei de coisas estúpidas, inacreditáveis. Por vezes esqueci-me de dar valor ás pequenas coisas e secalhar ás grandes também. Sonhava constantemente que quando tinha oportunidade de realizar esse sonho, não lhe dava o valor necessário. Denotativamente era conhecido por ser pequeno e pouco mais. Conotativamente poucos me conheciam, sempre fui reservado em tempos que considerei fulcrais, motivado e irrequieto em tempos de maior alegria. Nunca fui excêntrico, mas fiz algumas excentricidades. Curiosamente Rebeca foi das coisas mais excêntricas que fiz. Apaixonei-me e perdi-me no tempo. Não pus de lado o que considerava importante mas dei à miúda umas quantas coisas boas. Não tive filhos nem casei.
Agora estou morto e da morte espero ainda mais que da vida. Desta vez não poupo dinheiro para viajar porque me encontro numa viagem constante, vejo tudo de cima, controlo o que sou e faço, sem medo, o que durante vivo não fiz.
Neste preciso minuto estou com o Pedro,mortos, num clube de Strip a comer um frasco de Maionese e a jogar snooker.

-Pedro passas-me a rebeca? A mesa é tão grande que com o meu tamanho não consigo chegar ás bolas. Preciso mesmo de um auxiliar.